A presença da mulher no mercado de trabalho reflete o atual cenário social, cultural e empresarial: uma ocupação cada vez maior e significativa da força e da lide rança femininas
por Eduardo Shinyashiki
Hoje encontramos a presença de grandes mulheres no ambiente corporativo, na gestão de empresas e até na liderança de países. Esse cenário representa uma memorável transformação, no entanto ainda estamos distantes da igualdade entre homens e mulheres no ambiente profissional.
A mulher ainda precisa lidar com os preconceitos, com a falta de flexibilidade das empresas e com as limitações culturais. A estrutura do trabalho, em geral, não favorece as exigências da família e as mulheres são as mais penalizadas.
A pesquisa Women in Business 2015, da Grant Thornton, revelou que o Brasil é o terceiro país com menos mulheres em cargos de liderança. De acordo com o estudo, o índice de presença feminina em posições mais altas nas organizações vem caindo com o passar dos anos. Em 2013, por exemplo, 33% das empresas não tinham colaboradoras em cargos de comando. Em 2014, o número subiu para 47% e este ano chegou a 57%.
Apesar do cenário desmotivador, ainda é possível diminuir a distância entre o sonho e a realidade de contemplarmos um equilíbrio entre homens e mulheres no mercado de trabalho, principalmente em cargos de liderança. O principal desafio da mulher, nesse contexto, é transformar as próprias crenças limitantes e também as do ambiente externo.
A partir de quando mudamos os nossos condicionamentos limitantes, temos a oportunidade de direcionar o foco, manter a identidade e assumir as próprias capacidades e qualidades de liderança, que são cada vez mais consideradas importantes para promover mudanças nas organizações e para guiar os colaboradores aos novos desafios que exigem resiliência e adaptação.
É importante que a mulher reconheça o seu papel profissional, valorizando as suas potencialidades e competências, aprofundando o autoconhecimento e a inteligência emocional e tendo claros os objetivos da sua carreira e as suas prioridades pessoais.
O grande dilema visto pelo contexto externo é de que a mulher possui uma sobrecarga e precisa equilibrar a carreira, a família e os relacionamentos, ou seja, a vida pessoal com a profissional. Imaginemos a mulher que, além de líder, também é mãe. Ela vive um desafio constante, como o malabarista que, com habilidade, joga as bolinhas no ar e as pega de volta. Seria como pegar
_____________________________________________________________________________________ PERSONA CLÍNICA ESPECIALIZADA
de volta as “bolinhas” do escritório, da casa, do marido, dos filhos, dos amigos e de si mesma. Por isso, é muito importante lidar com cada área da vida com sabedoria e força femininas.
Diante das pressões do dia a dia é importante ter uma direção clara (o sonho), uma sólida bússola (os valores) e saber quais são as etapas do caminho (os objetivos). É preciso ainda viver de acordo com os próprios sonhos e aspirações, criando relacionamentos interpessoais verdadeiros e profundos, conectar-se com a própria espiritualidade e força interior e organizar o tempo.
Agora, com a reflexão sobre atual cenário e as definições do perfil de liderança da mulher, podemos falar das diferenças entre a liderança feminina e a masculina.
A liderança da mulher é diferente, tendo como origem o papel cultural e tradicional que, paradoxalmente, permitiu o desenvolvimento de algumas características importantes nos cargos de liderança como, por exemplo, a tendência de criar comportamentos cooperativos e de dar mais atenção ao outro.
A LIDE RANÇA DA MULHER É DIFERENTE , TE NDO COMO ORIGE M O PAPEL CULTURAL E TRAD ICIONAL, COMO A TE NDÊNCIA DE CRIAR COMPORTA MENTOS COOPERATIVOS E DE DA R MAIS ATE NÇÃO AO OUTRO
Outras diferenças em relação à liderança masculina, partindo de uma visão ampla e geral, são: a mulher tem um pensamento mais sistêmico, em “redes”, mais atento aos fatos e informações diferentes, e é mais rápida em fazer conexões entre uma informação e a outra em maneiras criativas; já o homem tem um pensamento mais focado, mais ligado às estratégias e procedimentos. A mulher tem mais capacidade de criar e manter relacionamentos e utiliza melhor a comunicação, a empatia e a mediação. Ela entra em acordos e tem habilidade para motivar os colaboradores. O homem, por sua vez, tem maior capacidade de atenção e avaliação das situações concretas e de planejar e construir projetos.
As mulheres conseguem ser mais inovadoras e perceber as oportunidades. Elas se adaptam às mudanças e a novos contextos com mais flexibilidade, pois são menos ligadas a paradigmas profissionais do passado. O homem é mais influenciado pela tradição, pelas experiências passadas e na maioria das vezes quer minimizar os riscos e manter o que funciona.
A utilização do cérebro também é diferente entre homens e mulheres. Os homens têm 6,5 vezes a massa cinzenta das mulheres, que está ligada à inteligência geral, enquanto as mulheres têm 10 vezes a massa branca do homem, que tem a função de relacionar as áreas do cérebro entre elas.
A mulher usa mais o lobo frontal do cérebro, área ligada ao processo de tomada de decisão e às emoções. Já o homem tende a aproveitar uma área mais ampla do córtex cerebral, relacionada ao raciocínio. Por isso o cérebro feminino tem mais facilidade em elaborar a realidade de diferentes maneiras e o masculino concentra-se no real e lógico.
É evidente que todas essas características, femininas ou masculinas, são ótimas e necessárias para uma organização. O ideal é permitir um mix delas, promovendo um equilíbrio no ambiente corporativo, em que homens e mulheres se encontram, cada vez mais, caminhando juntos, afinal o sucesso também é conquistado com as diferenças.
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