Sensibilidade da Escuta

É a sensibilidade da escuta de um outro que torna possível a construção das narrativas do sujeito. Um outro que lhe suponha um saber sobre aquilo que lhe diz respeito e não se exaspere em atribuir à esse dito os seus próprios sentidos.
Tomando emprestado um termo de Freud, penso que o analista é aquele que em muitos momentos se deixa “siderar” pela fala do sujeito, através de sua escuta. Já dizia Lacan: um analista não espera nada, mas aguarda, faz uma aposta para que novos significantes surjam e novas narrativas possam se construir.
Na clínica com crianças, principalmente as autistas, é isso o que torna possível o laço com o outro. Esse laço que só é possível quando há escuta. Uma escuta que ao invés de tolher o sujeito, dando-lhe regras e significantes rígidos, aguarda, abre espaço para a criação e aposta que dali, onde menos se espera, um sujeito pode advir.
Nesse sentido, aqueles que ditam as regras, ou treinam o sujeito, forçando uma forma para que ele se conecte ao mundo, se colocam no lugar de saber e retiram do sujeito a possibilidade dele construir _per si_ suas próprias narrativas.
Ouso dizer que sobre um dito há muito o que se dizer – ainda que a princípio não se compreenda nada – basta que haja escuta.

Luisa Vechi

Edf. Itabuna Trade Center- sala 911 e 912, Av. Princesa Isabel, 395, Banco Raso- Itabuna (BA).

CEP: 45.607-291 – Tel.: (73) 3212-7070 / 8882-8060

E-mail: clinicapersonaitabuna@gmail.com

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s